Subjetividade e gênero: uma perspectiva analítico-comportamental
OBJETIVOS DO CURSO
- Explorar a subjetividade na Análise do Comportamento sob uma perspectiva contextual-política.
- Compreender como práticas culturais opressivas perpassam o processo de subjetivação, especialmente de mulheres, da perspectiva dos estudos feministas de gênero.
- Demonstrar como a subjetividade pode se tornar um processo de emancipação, desenvolvendo repertórios críticos e estratégicos frente a contingências opressivas.
- Articular contingências ontogenéticas e contingências sociais estruturais nas análises funcionais.
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
Módulo I — Subjetividade na Análise do Comportamento
- Desafios teóricos frente ao essencialismo e ao mentalismo;
- Conceito de subjetividade segundo o Comportamentalismo Radical: contextual e antimentalista;
- Inserindo a dimensão política no estudo da subjetividade
- Implicações para a prática:Reconhecer a subjetividade como produto das contingências sociais; evitar explicações individualizantes; considerar a dimensão política na discussão da subjetividade
Módulo II — Gênero, Poder e Opressão
- Introdução aos estudos feministas de gênero e sua relevância para a Análise do Comportamento
- Como dispositivos de gênero participam da subjetivação de mulheres;
- Identificação de práticas culturais opressivas e sofrimento político
- Implicações para a prática:Identificar contingências responsáveis por procesos de subjetivação compatíveis com a manutenção de desigualdades
Módulo III — Subjetividade como Instrumento de Emancipação e Atuação Contracultural de analistas do comportamento
- Conceito de subjetividade emancipatória: repertórios críticos e estratégicos frente a contingências opressivas.
- Implicações para o aprimoramento das análises funcionais: articulação entre sofrimento individual e contingências sociais estruturais
- Implicações para a prática:Integrar compreensão da subjetividade à prática profissional; fomentar repertórios de resistência e transformação social
Bibliografia
Laurenti, C. (2023). Contributions of a “Brazilianized” radical behaviorist theory of subjectivity to the feminist debate on women. Social Sciences, 12(11), 641. https://doi.org/10.3390/socsci12110641
Tourinho, E. Z. (2006). Relações comportamentais como objeto da Psicologia: algumas implicações. Interação Em Psicologia, 10(1). https://doi.org/10.5380/psi.v10i1.5792
Mizael, T. M. (2019). Pontes entre o feminismo interseccional e a análise do comportamento. In R. Pinheiro & T. M. Mizael (Orgs.), Debates sobre feminismo e análise do comportamento (pp. 40–62). Imagine Publicações.
Zanello, V. M. L. (2022). A prateleira do amor: Sobre mulheres, homens e relações. Appris Editora.
Lopez, D. B., Fontana, J., & Laurenti, C. (2023). O contracontrole político feminista como enfrentamento à noção individualista de resistência. In R. Pinheiro & T. Mizael (Orgs.), Debates sobre feminismo e análise do comportamento (pp. 13-36). Instituto Par Ciência e Tecnologia do Comportamento.
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CORPO DOCENTE
Coordenação geral:
Anna Queiroz (CRP 06/93698)
Professora:
Carolina Laurenti
Graduada em Psicologia pela Universidade Estadual de Londrina (UEL), mestre e doutora em Filosofia pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Está credenciada no Programa de Pós-Graduação em Análise do Comportamento da UEL. Foi Visiting Scholar no Historical, Theoretical, and Critical Studies of Psychology Graduate Program da York University (Toronto-Canadá) (2019-2020) e professor visitante na Universidade de Aveiro (Portugal) (2023). Atualmente, é professora associada e coordenadora adjunta do curso de Psicologia da UEM. É também bolsista de Produtividade em Pesquisa do Cnpq. Atua principalmente nos seguintes temas de pesquisa: epistemologia da psicologia comportamentalista, interpretação relacional de fenômenos sociais contemporâneos (gênero, dominação masculina), interface entre análise do comportamento e outras ciências, e com o feminismo.
Notas Importantes
(*) A realização do curso está sujeita ao número mínimo de inscrições.